RETROFIT COLEGIO RUTHERFORD- SETE LAGOAS-MG

Acreditamos que a arquitetura escolar deve englobar espaços que promovam a descoberta, que despertem o interesse e que colaborem para o desenvolvimento das habilidades intelectuais e motoras dos alunos. Dessa forma, pode se tornar uma grande aliada do trabalho dos professores, que, com seus métodos pedagógicos, têm papel fundamental na formação das pessoas desde os primeiros anos de vida.

E foi este conceito que norteou o projeto de reforma para o edifício do colégio Rutherford na cidade de Sete Lagoas/MG.

O edifício é do início da década de 70 e já havia abrigado outras instituições de ensino, inclusive foi onde cursei o 2º grau. Foi uma grata coincidência ser contratada para fazer a reforma do Prédio onde estudei há alguns anos e de onde guardo recordações especiais.

Levando em consideração o tempo que tínhamos para realizar Projeto e obra e também os custos, foram adotadas soluções pontuais, onde priorizou-se: a troca de todo o telhado, mas com a preocupação de manter a estética original do mesmo, troca de todo o sistema elétrico, criação de um espaço multiuso para os alunos que engloba uma nova cantina, sala de jogos e áreas de descanso e nova pintura de todo o prédio considerando as cores da marca Rutherford.

Essas soluções pontuais adotas, serviram como experimento e provocaram reflexões sobre as novas formas de se aproveitar as instituições de ensino. Ao mesmo tempo, contribuíram para que fossem pensadas, alternativas que pudessem melhorar os espaços desta escola — uma mudança da parte para o todo.

O prédio presenta um vazio em seu centro que possibilita a entrada de iluminação e ventilação na edificação e o contato dos alunos com o exterior, esse vazio, gera uma experiência de convívio e incentiva a apropriação do espaço por eles, houve também, a preocupação de trazer o verde para essa área que era totalmente árida e sem vida. Foram criadas jardineiras em forma de bancos com pontos de tomadas para que os alunos recarreguem seus celulares enquanto aproveitam a hora do recreio embaixo da sombra das jabuticabeiras. O paisagismo proporcionou a interação multissensorial, abrangendo elementos dos cinco sentidos ao ambiente escolar, oferecendo assim, essas experiências aos alunos.

As cores foram pensadas para transmitir valores e sensações específicas. Deste modo é possível aproveitar a simbologia de cada tonalidade para incentivar ações distintas, seja de movimento, expansividade, silêncio, concentração e por aí vai. Resumindo: a escolha das cores foi atrelada ao uso dos espaços e levando em conta as cores da marca do colégio.

Cores quentes, como o laranja que foi usado na fachada do Espaço Multiuso por exemplo, são mais indicadas a ambientes de recreação, onde o aluno tem mais liberdade de movimentação, já em ambientes de estudo, como salas de aula, biblioteca e laboratórios pedem por cores frias, como o azul, cinza e branco que foram escolhidos por serem associadas a calmaria.

O uso das cores da marca na edificação, assim como a integração entre o interior e o exterior conferem ao projeto uma identidade arquitetônica.

E por fim, a acessibilidade foi totalmente pensada para trazer inclusão a todos: rampas, balcões rebaixados, sinalização e uma plataforma que leva ao auditório no 2º pavimento, também fazem parte das premissas desse projeto.